“O Coração do Brasileiro” Um retrato etnográfico da nossa cultura.
Data: 24/09/2015
Horário: 19:00
Local: Centro Cultural Bernardo Mascarenhas - CCBM
Galeria Arlindo Daibert
Rua: Presidente Getúlio Vargas, nº 200 Centro
Juiz de Fora/ MG
Abertura: 24 de setembro às 19hs
Encerramento: 18 de outubro de 2015
Visitação: De terça à domingo de 09 às 21hs.
O Centro Cultural Bernardo Mascarenhas apresenta ” O Coração do Brasileiro” Um retrato etnográfico da nossa cultura. A exposição do artista plástico Filipe Matias, reúne cerca de 40 obras que retratam fragmentos da cultura popular que contribuem para a formação de nossa identidade nacional. As pinturas produzidas ao longo de dez anos, recriam personagens do folclore e do sincretismo religioso, fatos históricos e tradições do brasileiro, criticando, homenageando e resgatando da memória o imaginário popular.
“O trabalho de um artista é traduzir suas impressões pessoais em expressões públicas, conectando numa empatia sinestésica três espíritos: do criador, da obra e do expectador. Como criador me aproximo do divino e penso em cada obra como um convite de entrada em um mundo que deixa de ser meu ao encontrar outros olhares. Como expectador adoto o olhar do outro, resgato minhas bagagens e construo minha própria história. Como obra sou parte de um todo, fruto de uma pátria, filho de uma terra. E minha função é inspirar…
Falar sobre um país tão vasto, rico e ambientado por contrastes é ter a certeza de apenas esboçar detalhes de um conjunto heterogêneo e mutável. Como uma colcha de retalhos que reúne em diferentes estampas todas as cores em harmonia e cada fragmento é importante à composição. Meu Brasil carrega em sua essência fonte inesgotável de inspirações…
O Branco, o Preto e o Vermelho colorem a minha cara. Acolhi tantas culturas que reconheço-me genuíno pela miscigenação. Meu coração se transforma a cada instante, e, para sobreviver ao mundo criou asas. Em tempos de crise toda criatividade é necessária. Recrio-me toda vez que as tragédias me acometem pois acredito em Deus, em Deuses, em Santos e Orixás. E as entidades me disseram que estão todos dentro de mim. Não faço guerra mas não deixo de enfrentá-la. Pinto a cara, grito a liberdade e liberto as feras se precisar, seja querendo democracia ou durante o esperado Carnaval. Promessa que me põe um sorriso no rosto o ano todo. E mesmo cansado, mal remunerado, por vezes roubado e enganado, vou sorrindo para viver, suportando até precisar pintar a cara novamente e manifestar meu grito. Na revolta ou na festa minha, alegria sempre foi o melhor remédio para as dores de cabeça, e o sorriso me acompanha pela fé que carrego. Acredito na melhora, aliás acreditar não é o meu problema, se precisar acredito até em Mula-sem-cabeça…”
Filipe Matias